segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Os Vagabundos Iluminados

Aí vai uma resenha do site das Americanas. A seguir seguem meus comentários:

Considerado por muitos especialistas e fãs da literatura beat como o melhor romance de Jack "On the road" Kerouac, Os vagabundos iluminados (The dharma bums) conta a história de uma busca pela verdade e pela iluminação. O protagonista, Ray Smith, é um aspirante a escritor de San Francisco que anseia por algo mais na vida. Esse algo mais será apresentado a ele por Japhy Rider - um jovem zen-budista adepto do montanhismo que vive com um mínimo de dinheiro, alheio à sociedade de consumo norte-americana. Em meio a festas, bebedeiras, garotas, jam sessions, saraus poéticos, orgias zen-budistas e viagens, Os vagabundos iluminados - lançado nos Estados Unidos em 1958, apenas um ano após o estouro de On the road, e somente agora publicado no Brasil é, sem dúvida alguma, uma obra à altura da sua irmã mais famosa.

Ainda não terminei de ler o livro, pois estou lendo mais uns três (eu acho). Mas esse livro é bem ao estilo do On The Road, o clássico de Kerouac e da literatura beat, como diz a resenha. Mas o que mais marca pra mim, é o que o livro pode me apresentar e dar alguns pontos nos "i"s de minha última experiência, que levei um certo tempo para entender.



Em Julho último, fiz uma escalada até o Pico da Bandeira - 3º maior pico do Brasil com 2.891 metros de altitude! Pois é, uma escalada foderosa. Achei que o coração iria parar, que ia morrer de frio, que não aguentaria subir nem mais um metro nos primeiros 50 m de subida. Realmente algo assustador, apavorante. E as figuras que nos guiaram estavam subindo aquilo pela 11º vez. Ninguém via sentido algum naquilo. Um esforço sobre-humano. O visual lá em cima e durante todo o caminho, óbvio, é super legal; Tem riachos e pequenas cachoeiras pelo caminho. Durante o dia faz muito calor e à noite muito frio. Pegamos umas sensação térmica no topo de 2 a 6 graus negativos.

A aventura em si daria para escrever um livro, assim como fez Jack Kerouac ao narrar sua subida ao Pico Matterhorn, na Califórnia. A subida dele levou dias, a nossa umas 16 horas... mas o tempo todo ele coloca o desafio da escalada como essa busca pela iluminação. Se refere às montanhas como Budas gigantes que estão sentados ali, meditando. Num lugar onde não tem ninguém, apenas o vento sopra e faz frio, muito frio. É exatamente o que se passa lá em cima do Pico da Bandeira, exceto pelo fato de uma legião de "malditos peregrinos" subindo junto com você. Mas o objetivo de chegar ao topo, vencer os desafios, olhar toda aquela paisagem em volta e ser um "conquistador de montanhas", assim como o personagem Ray, é o que talvez mova muita gente a repetir essa experiência.

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