Estava ouvindo o rádio hoje de manhã e uma profissional da área de Recursos Humanos estava dando uma entrevista sobre seleção, mercado de trabalho, oportunidades, etc. Ouvi atentamente. Algumas dessas pessoas passam ou tentam passar uma imagem de estarem sempre muito antenadas na área empresarial ou no mercado de trabalho. Gostam de fazer uma análise de conjuntura, falar do mercado mundial, das oportunidades que os patrões muito bonzinhos gostam de dar e muitas vezes falam sem um pingo de criticidade.
Foi então que ela começou a fazer uma comparação com as universidades americanas e as brasileiras quanto ao investimento de capital privado dentro das instituições de ensino superior. Citando então quantos porcentos que as empresas americanas investiam dentro das universidade e incentivando que o mesmo deveria ser feito aqui, pois poucas empresas brasileiras faziam isto.
Enquanto ela falava disso e os locutores da rádio apoiavam a idéia dela, me lembrei dos encontros que participei na UFF em Niterói com os Sindicatos de Professores Federais e do Estado junto com Movimentos Sociais e Estudantis sobre a privatização do Ensino Público. De como cursos que eram feitos fora da grade das universidades eram pagos. E isso já vem acontecendo há um bom tempo e cada vez mais, deixando que cada vez mais o ensino deixe de ser público. Lembro dos debates sobre essas iniciativas das empresas privadas junto às pesquisas dentro dos campus, o quanto isso poderia ser bom e quanto poderia ser ruim. Enfim, discutíamos de forma crítica todos esses aspectos, que em momento algum foi levantado pela entrevistada e pelos locutores.
São coisas que são passadas "goela abaixo" mesmo. E, às vezes, imperceptíveis até daqueles que tem um nível básico de informação. Lembro de um texto que trabalhei numa especialização que falava da diferença entre informação e formação. As pessoas que lêem jornal, revistas semanais, assistem telejornais não tem um nível de criticidade que uma pessoa que estuda determinados teóricos. Se debruçar em teoria, filosofia é algo que exige muito mais tempo e determinação do que ler um jornal. Entretanto, isso não quer dizer que os jornais não servem pra nada. E também não estou dizendo que todo mundo que fez uma faculdade é crítico. Vide este exemplo do rádio de hoje de manhã. Dois jornalistas (ou não) e uma Psicóloga ou Administradora falando.
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