quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Primeira Caminhada Fotográfica do NF


Vai rolar em Atafona, a Primeira Caminhada Fotográfica do Norte Fluminense com o Fotógrafo Diomarcelo Pessanha. Organizado pela Cred Rio Norte e Prefeitura de São João da Barra, o passeio tem como objetivo a troca de experiências fotográficas. Haverá um mini curso para fotógrafos amadores com Diomarcelo Pessanha, sorteio de câmera fotográfica e 150 ampliações fotográficas.
Os participantes irão fazer parte de uma exposição fotográfica coletiva, das fotos geradas durante a caminhada.

Quando: Dia 30 de Janeiro às 9h00.
Local de encontro e saída da caminhada: Em frente a Igreja Nossa Senhora da Penha em Atafona/SJB.

"Lembrando Henry Cartier Bresson, fotografar é alinhar cabeça, olho e coração!"

* não é necessário ter câmera profissional.

Machado, um Mestre na Periferia do Capitalismo


Excelente vídeo sobre Machado de Assis. "Um Mestre na Periferia do Capitalismo" é o título do livro do Roberto Schwarz sobre a obra de Machado, mais especificamente a 2ª fase, pós-romântica e realista. Neste vídeo encontram-se importantes críticos da obra de Machado como Alfredo Bosi, o próprio Schwarz e Sidney Chalhoub.

Podcast erótico


Taí uma coisa que ainda não conhecia! Geralmente estou sempre por dentro das novidades na internet, mas até ontem isso era novidade pra mim. Há algum tempo já se fala em áudio books e Podcasts. Quanto ao primeiro eu acho bem interessante, apesar de achar que muitas pessoas podem torcer o nariz para a idéia, argumentando que o bom mesmo é ter o livro em mãos e ler você mesmo. Pode ser, mas uma coisa não descarta a outra. Talvez quando você está viajando de uma cidade à outra, "ouvir" um livro seja uma boa opção. Ou quando você simplesmente não quer ler e experienciar ouvir um livro. Há um ano baixei alguns áudio books no 4shared (www.4shared.com). Mas eram apenas parte deles. Teria que comprar, se quisesse o livro todo. E são bem lidos e interpretados com boas intonações - alguns até por autores globais (pelo menos os que eu ouvi). Ouvi parte de alguns livros, como Machado de Assis e outros escritores nacionais. O único áudio book que achei inteiro foi o da Bruna Surfistinha - "O doce veneno do escorpião" (não que ela seja uma escritora nacional, por favor). E em aproximadamente 1 hora eu li (ouvi) o livro dela. Rapidinho e direto do computador, sentado numa confortável cadeira. Aproveitando a deixa, o livro vira filme ainda no segundo semestre deste ano com Deborah Secco no papel principal (fonte: Extra).

Quanto aos Podcasts, conheço muito poucos. Ouvi há pouco tempo um sobre crítica cultural, se não me engano, do Daniel Piza. E outros que conhecia eram de humor. E seguindo os links me deparei com Contos Eróticos em Áudio. Ouvi alguns, mas não eram tão bons quanto esperava. Com certeza ler para alguém não é tarefa tão simples. E ainda mais quando espera-se fisgar a atenção do outros quanto ao texto. Vide apresentações mal feitas em congressos à base de leitura de várias páginas.

Quanto aos Podcasts de forma geral, acho a idéia muito boa. Já tive inclusive vontade de fazer alguns aqui para o blog. Seria como uma rádio, mas com o intuito de tecer comentários sobre alguma coisa. No youtube existem vários "tele jornais". Muitos muito mal feitos, mas mesmo assim, com boas intenções. Lembro que vi um uma vez que o cara ligava a webcam dele, aparecia ele sentado numa mesa com vários jornais, e ia comentando algumas notícias. Nada muito diferente do que os radialistas em Campos fazem, e a apresentação dele era um tanto engraçada, mas ele levava super a sério a ideia.

Segue o link do conto erótico em áudio aqui.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Tom Araya cristão


Essa postagem segue a mesma linha sobre o João Gordo do Ratos de Porão. Em 2007, numa entrevista, Tom Araya, vocalista da banda Slayer, se declarou cristão. Lembro que sua declaração me deixou sem chão na hora e busquei pelos quatro cantos da internet a veracidade das informações. O site que divulgou aqui no Brasil essa polêmica declaração foi o respeitável Whiplash.

Slayer é uma das bandas mais autênticas e fiés de som pesado que conheço. E mesmo por isso aprendi a ouvir Slayer "depois de velho". Sempre respeitei o estilo da banda, reconhecia seu peso (em todos os sentidos), mas era pesado demais pra mim. Sempre simpatizei mais com o Sepultura.

Meu primeiro CD que comprei foi "Kill 'Em All" do Metallica, lá na Discos e Fitas, no Vip's. Era pra onde eu ia quando não tinha aula no Liceu. Chegava lá, às vezes, antes da loja abrir. Depois comprei o "Sabotage" (Black Sabbath) e, assim, o "Show No Mercy" do Slayer. Queria conhecer essa banda que todo mundo gostava e falava. Na época eu devia ter uns 14 anos. O som era extremamente pesado, as letras totalmente satânicas e na capa tinha um diabo com uma cabeça de bode, segurando uma espada e um pentagrama escrito Slayer no meio. Sente o clima. Ouvi algumas vezes e me desfiz do CD. Segue um trecho da letra da primeira música do disco que se chama: "Evil has no Boundaires" (Não há fronteiras para o Mau):

"Satan our master in evil mayhem
Guides us with every first step
Our axes are growing with power and fury
Soon there'll be nothingness left"


Tradução:

Satã nosso mestre no caos do Mau
Nos guia em cada passo
nosso machados estão crescendo com poder e fúria
daqui a pouco nada irá restar


Em 2001 o Slayer lança "God Hates Us All" e aí minha percepção do Slayer muda completamente. Um disco ainda no estilo clássico do Slayer, pesado, porém muito mais maduro e trabalhado e com letras muito mais inteligentes. As letras agora tinham um fundamento. Críticas à religião, à alienação, ao fanatismo e as ovelhas católicas/evangélicas. Tudo muito nietzscheano. Parecia óbvia a influência do livro "O Anticristo" de Nietzsche.

Sempre gostei de conciliar música boa com boas letras. Quando um ou outro deixa a desejar a coisa se perde. Lembro que em 2001 ouvia quase todos os dias e inclusive sabia as letras de cor das músicas deste álbum. E aí recomecei a ouvir os outros discos do Slayer. Lógico que agora com outra percepção.

Em 2007, navegando no Whiplash, leio a declaração que Tom Araya é religioso. Como assim? Isso mesmo. O frontman da banda ícone do Thrash Metal, Slayer, com suas letras pesadas contra o cristianismo e religiões, capas de álbum com sangue, diabo, pessoas mortas, pentagramas, cruzes invertidas, Cristo mutilado e viciado em heroína, era um homem de fé.

Vou colocar aqui trechos de duas músicas, já traduzidas, "Disciple" (Discípulo) e "New Faith" (Nova Fé), do disco "God Hates Us All":

Discípulo

"(...)Deus odeia todos nós, deus odeia todos nós
Você sabe que é verdade, deus odeia esse lugar
Você sabe que é verdade, deus odeia essa raça"

"(...)A beleza da morte nós adoramos
Não tenho nenhuma fé me distraindo
Eu sei porque suas orações nunca serão atendidas
Deus odeia todos nós, deus odeia todos nós"

"(...)Perdendo sua vida em um lapso de fé cega
Levante a cabeça, você não pode ignorar o que eu digo
Eu tenho minha própria filosofia"

Letra na íntegra aqui.

Nova Fé

"(...)Bem-vindo ao horror da revelação
Diga me o que você acha do seu salvador agora
Rejeito todas as visões bíblicas da verdade
Despeço isso como o folclore dos tempos
Não serei forçado a alimentar profecias
De um livro de inverdades de mentes fracas
Junte a nova fé para a celebração
O culto da nova fé enche a devastação"

"(...)Mantenho a bíblia numa piscina de sangue
De modo que nenhuma das suas mentiras possam me afetar"

Letra na íntegra aqui.

Depois disso tudo não soa estranho uma declaração desta de Tom Araya: "Eu nasci e cresci em um meio católico, então isto está em meu sangue. Eu não vou à igreja... Eu nasci e cresci católico, e é a isto que se resume a minha religião".

Que o Rock possui uma teatralização todos sabemos. Mas quando o assunto é mais sério, como religião, política, ideologias, etc, tendemos a estranhar. Uma coisa era o teatro de Jimi Hendrix colocando fogo na guitarra, ou Raul Seixas posando de maluco beleza; O The Who e o Nirvana, anos depois, quebrando guitarras no palco; Alice Cooper e David Bowie maquiados; Kiss mascarado; Ozzy com sua unha preta e capa de Príncipe das Trevas...

A questão que o Slayer também influenciou muitos. Principalmente os tontos do Black Metal, que viam em bandas como Slayer, Venon e outras, bandeiras ideológicas anti-cristãs e satanistas. Seria o mesmo que "ser punk" e na verdade ser um verdadeiro defensor do capitalismo. Ou ser do DEM e querer o Socialismo e a Reforma Agrária. Ou tocar numa banda de Skinheads pregando o racismo, a homofobia e a violência e ser negro e homossexual.

Não sou contra a mudança de opinião, na verdade acho muito saudável poder rever formas de pensar e se manifestar da maneira que for. Mas no caso do Tom Araya, parece que nada tem a ver com mudar sua forma de pensar. Na verdade ele já pensa de uma forma: ter fé, acreditar em Deus, etc. O equívoco é vender exatamente o contrário e levantar uma bandeira de uma coisa que não se é.

Segue o clipe de "Bloodline" do álbum "God Hates Us All" e o refrão traduzido abaixo. Assista o clipe, veja quanto sangue, o clima, o peso da música. No youtube tem os comentários das pessoas sobre o vídeo e um dos comentários que me chamou atenção foi: "con esta musica te dan ganas de matar a alguien".



Matarei você e seus sonhos hoje à noite
Começa a nova vida
Sangre sua morte em cima de mim
Deixe sua linha de sangue alimentar minha juventude

Apesar das controvérsias de Tom Araya, Slayer continua sendo uma grande banda. Única e com estilo próprio.

Downloads da semana

* House (1ª a 4ª temporada);
* The L Word (4ª e 5ª temporada);
* Korzus (discografia).

Lost 6º Temporada


Está chegando o início da 6º e última temporada de Lost. A data já foi marcada. Dia 2 de fevereiro nos Estados Unidos e dia 9 do mesmo mês aqui no Brasil, na AXN. Aguardemos ansiosamente.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

João Gordo na Record


Desde o mês passado esta notícia circula na internet. Tenho certeza que muitos ficaram pasmos com tal novidade. Talvez alguns digam que não, já que o Gordo já teria se vendido uma vez para MTV, e agora não seria diferente. Mas logo a Record? Sou fã de carteirinha do Ratos de Porão desde a primeira vez que ouvi o clássico "Brasil" em 1993. Em seguida conheci o "RDP - Vivo", que é um dos meus preferidos. Foi neste disco ao vivo que conheci a música "Igreja Universal", um verdadeiro esculacho. A agressividade do som, mais o vocal do Gordo faziam a combinação perfeita do que era dito naquelas letras. E agora o Gordo ir pra televisão do Bispo? Lógico que ele está pouco se fudendo, mas...

Segue letra e vídeo desta música que o Gordo deveria nunca mais cantar:



Você acredita em deus, e nos seus milagres?
Em troca de dinheiro, ele te fará feliz!!!
Você chorou de emoção, em nome da verdade
Nas mãos de um charlatão, você é um imbecil!!!
Fanáticos, doentes de lavagem cerebral
Por trás dessa bondade existe sexo e poder,
Promessas do inferno da igreja universal.
Você está curado do pecado original
O pastor de seu deus está enganando você!
O pastor de seu deus está enganando você!
Aleluia irmãos! Aleluia! Aleluia irmão! Aleluia!
O câncer que corrói a sua vida está no fim;
Depois de 20 anos ele voltou a andar;
O demônio foi expulso com a força do amor;
O CEGO AGRADECIDO NÃO PODIA ENXERGAR!!!!!
Histeria coletiva,
Farsa pentecostal,
Hipnose destrutiva,
Atitude anormal!!

Filosofia Francesa Contemporânea


Acabei de ver no Issuu, a revista especial da cult deste mês de janeiro, Filosofia Francesa Contemporânea: Deleuze, Foucault e Derrida. Ainda não comprei a minha. Algumas páginas estão disponíveis aqui.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Cônsul do Haiti perde diplomacia

Assistam o vídeo dessa reportagem sobre o Cônsul do Haiti, que foi transmitido várias vezes na televisão após a tragédia do Haiti. Até pensei que fosse passar impune. Agora, o pior de tudo é o final da reportagem, vendo o SBT tentando justificar as palavras do Cônsul. Quanto devem ter levado nessa?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Das Antigas: Excalibur (1983)

Estava esses dias brincando no Google Images, e me deparei com algo inusitado que até então não conhecia. Uma foto de Betinho Assad com a banda Excalibur. Banda esta que também nunca ouvira falar. Achei que no início dos anos 80 a única "dinossaura" a existir era a Lúcia Lúficer do grande avyador Luiz Ribeiro.

Além de Betinho com cara de garoto, Sérvulo e Meméia, de conhecidos. Os outros não conheço. Segundo o site, a formação da banda é de 1983. Muito bom achar material assim dos tempos remotos da história do Rock 'n Roll de Campos dos Goytacazes. Pena isso não ser melhor preservado. Fora algumas coisas esquisitas sobre a banda, a descoberta foi interessante.


Formação da Excalibur:

Ronald "Roninho" Magalhães - Vocals
Robert "Betinho" Daughty Assad - Guitars (Blues Band Vidro)
Rodrigo Magalhães - Guitars
Sérvulo Sotto - Bass (Kalevala (Bra) , Noisemaker , Paranoia , Avyadores do Brazyl)
Nelsinho Meméia - Drums (Blues Band Vidro , Avyadores do Brazyl)

Segue o release da banda:

"EXCALIBUR foi uma desconhecida banda dos anos 80! Eles são de Campos, próximo ao Rio (houve uma outra banda com o mesmo nome de BH que foi um pouco mais conhecida), mas graças a gravadora "Dies Irae" o antigo material deles foi lançado em um simpático LP. A banda foi formada em 1983 pelo guitarrista inglês Robert "Betinho" Daughty Assad. Ele morava com seu pai no Brasil. Antes disto, assistiu vários shows de Metal na Inglaterra e planejou tocar este tipo de música no Brasil. No entanto, este estilo era completamente desconhecido no país nesta época! Então ele teve problemas em encontrar músicos, chegou mesmo a tocar com pessoas que não eram da cena rocker! Gravaram uma demo em 1984 a qual um dia veio à tona. A música é o típico Metal dos anos 80, cujo, mais tarde, foi nomeado de NWOBHM. Betinho foi com estas gravações para a Inglaterra para tentar um contrato, mas a "Ebony records" que trabalhava com este estilo de música não gostou das letras em português. As pessoas disseram "volte para a floresta!" A banda se separou em 1985 e o baixista Servulo Sotto, mais tarde formou o KALEVALA!"

Quer dizer que "Robert" é inglês? Será que ele sabe disso? Alguém tem que avisar! rs

Achei interessante também a questão do vinil e, lógico, o "volte para a floresta!". Não sabia da existência desse LP. Ainda não achei nenhum mp3. Na verdade nem procurei ainda, mas se alguém souber de algum endereço deixe aí nos recados, que divulgo depois. Outra questão foi: quem "postou" as fotos e as informações? Pelo que descobri, é alguém que contribui bastante com o site metal-archives. Desde 2003 "cadastra" bandas lá. Dentre as cadastradas está também a Kalevala, que pude assisir a um show deles no Teatro de Bolso, talvez em 1995 ou 1996 - provavelmente um dos últimos shows.

No site, tem mais uma banda que nunca ouvi falar e também não conheço, Noisemaker, formada em 1987, com Sérvulo Sotto (baixo), André Schwartz (vocal, guitarra) e Felipe H.S. (bateria).


Noisemaker

O único membro em comum das três bandas (Excalibur, Kalevala e Noisemaker) é o Sérvulo. Grande baixista, que hoje e há muito tempo toca na Avyadores do Brazyl.

Links do metal-archive:
Excalibur: aqui e aqui.
Kalevala: aqui.
Noisemaker: aqui.

Psicanálise e Literatura


Mais cultura e mais programações interessantes. No programa Entrelinhas da TV Cultura deste domingo (24), às 21:30, o homenageado será o criador da Psicanálise, Sigmund Freud: "O programa será inteiramente dedicado ao criador da psicanálise. Vamos mostrar como a literatura foi importante para a formulação das teorias freudianas sobre o inconsciente – e como a psicanálise também influenciou escritores e artistas".

A Utopia do Autoconhecimento


O último programa do Café Filosófico de Janeiro de 2010 do canal TV Cultura, neste domingo (24) às 23h, tem como título: A Utopia do Autoconhecimento:

“'Conhece-te a ti mesmo' era a inscrição da porta do oráculo de Delfos na antiga Grécia. Este conselho do oráculo grego ganhou novo sentido com a psicanálise. Freud encontrou pistas importantes para a investigação de quem somos. Neste programa, o psicanalista Ricardo Goldenberg mostra como a psicanálise pode ajudar a responder a pergunta “Quem sou eu”? Para Goldenberg, a psicanálise deve apostar na nossa capacidade de responder a esta pergunta e de criar sentidos para a nossa vida".

Literatura, internet e Dostoiévski

Esse é um excelente exemplo de como mostrar a literatura de forma mais instigante. A internet muitas vezes é criticada por ser uma forma de afastar as pessoas das leituras pela quantidade de informações e possibilidades de interação. Não sei hoje a quantas anda a qualidade das aulas nas escolas públicas e particulares de nível médio, mas sem dúvida a internet oferece grande quantidade e qualidade de material para dar um "up" em qualquer aula.

Vou tentar daqui pra frente selecionar algumas coisas interessantes e passar a postar aqui estes exemplos. Segue abaixo um programa do Entrelinhas sobre o maior escritor de todos os tempos: Dostoiévski.

Pelo que vi o Entrelinhas pertence ao RadarCultura, que por sua vez, pertence a TV Cultura. "O RadarCultura é uma experiência piloto da Fundação Padre Anchieta que tem por objetivo promover a participação do público na definição da programação Rede Cultura Brasil (AM), da Rádio Cultura FM e da TV Cultura. A proposta é explorar as ferramentas de interação e de moderação social disponíveis neste site para estimular conversas entre usuários e a interlocução entre público e equipe da Fundação".

The Lizard King

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Conversa de Botequim


Começa hoje no Sesc, em Campos, uma homenagem ao sambista Noel Rosa. Segue o release do SESC:

A partir de janeiro de 2010 o Sesc Campos se transforma no cenário musical de um dos maiores artistas de todos os tempos. Noel de Medeiros Rosa: sambista, cantor, compositor, bandolinista e violinista brasileiro teve uma contribuição fundamental na legitimação do samba de morro no "asfalto".

Noel possui uma forte ligação com a cidade de Campos pela famosa polêmica criada a partir do duelo musical travado entre Noel e o campista Wilson Batista.

Para homenagear o artista, a programação conta com exibição de filmes, apresentações de música (com artistas locais e de outros Estados) e exposições.

1 a 31/1, 3a a 6a, 10h às 19h e sábados e domingos, 9h às 17h. Grátis. [livre] Sesc Campos.


CONVERSA DE BOTEQUIM (Música - espetáculos)

Encontro de Bambas, Lene Moraes e Banda, Grupo Ébano, Geraldo Gamboa e Banda, Aluízio Machado e Renato Arpoador e Banda. As apresentações serão às 19h.

. 7/1 - Encontro de Bambas - Rose Maia e Reizilan, neto de Cartola, interpretam clássicos de mestres como Noel Rosa e Cartola.

. 14/1 - Lene Moraes e banda - Com uma voz marcante e uma energia que contagia, a cantora empolga com pérolas dos mestres do samba.

. 21/1 - Grupo Ébano - O trio dá voz aos grandes sambistas da terra.

. 28/1 - Geraldo Gamboa e banda - O músico é digno representante da velha guarda do samba campista.

. 4/2 - Aluízio Machado e Renato Arpoador e banda - O músico da Velha Guarda do Império Serrano mostra todo o seu talento.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Apenas Marionetes


Já participei de algumas discussões sérias, mesmo de mesa de bar, de grupos de pessoas engajadas, de certa militância virtual cultural e real, já tive outros blogs, já fiz parte do movimento estudantil e de partido político. Já participei de manifestações, marchas, encontros políticos, estudantis, etc. Tudo isso como forma de melhorar alguma coisa ao meu redor. E confesso que ainda me angustio com a realidade ao meu redor e esse blog é uma das formas que tenho de expor um pouco o que eu penso. Claro que nada aqui contribui diretamente para nenhuma mudança no cenário político, econômico e cultural em que vivemos.

Somos apenas marionetes no mundo. Vejo o mundo de forma pessimista e acho graça das formas de se pensar melhorias para a sociedade. Vejo gente querendo contribuir com alguma coisa, querendo fazer trabalho voluntário, querendo entrar pra partidos ou criando projetos sociais ou ONGs como forma de se melhorar alguma coisa. Melhoras são possíveis sim, mas querer mudar alguma coisa é algo mais difícil e ninguém realmente quer ou acredita ser possível.

Inclusive, grandes camaradas meus acreditam na disputa pelo poder. Mudança através de eleições no atual sistema econômico em que vivemos. Esse filme já foi visto muitas vezes e eu não acho a mínima graça vê-lo de novo. Por outro lado, propor mudanças radicais soa como ingenuidade ou utopia.

Estava lendo na Revista Cult de dezembro (Samuel Beckett) sobre um projeto de uma biblioteca numa comunidade carente como forma de aproximar as pessoas daquele lugar aos livros. Projeto louvável a princípio, assim como, talvez, trabalho voluntário com profissionais de saúde. A questão é que para muitas pessoas a ideia se fecha nesse momento. Põe-se um ponto final e tudo se resolve. Como resolver o acesso das crianças daquela comunidade a educação de qualidade? Do emprego aos pais? A qualificação? O problema da violência que atinge não só lá, mas a toda cidade? A biblioteca é suficiente? A ONG é suficiente? O voluntariado é suficiente? Não é.

Levar cultura e esportes ajuda um pouquinho, mas não resolve problemas estruturais que precisam ser resolvidos (acesso a saúde de qualidade, educação e oportunidades de emprego).

Há quase 2 meses assisti ao documentário Zeitgeist II Adenddum e escrevi alguma coisa aqui. De lá pra cá sempre penso nas possibilidades de mudança na sociedade de acordo com o Projeto Vênus. O Projeto Vênus consiste no avanço da sociedade através da tecnologia e do desenvolvimento sem utilização do capital (dinheiro/moeda). É literalmente a extinção do maior atraso da humanidade: o dinheiro. A proposta do idealizador do projeto (Jacque Fresco) é que o mundo possa finalmente evoluir e se desenvolver sem os entraves do dinheiro e do sistema capitalista. A ideia é completamente louca a princípio e sem sentido e pra quem assiste ao documentário a sensação é de pisar em nuvens.

A justificativa é que já temos tecnologia para muitas coisas, inclusive cura de doenças, acabar com a fome, o desemprego e dar educação e saúde para toda população do mundo, dentre outras coisas. E a coisa é mais simples do que se possa imaginar. Entretanto, o problema são as Corporações e a própria população que já tão massificada não acreditaria ou entenderia a possível mudança.

Sem o dinheiro trabalharíamos sem receber um centavo. Você cozinheiro, mecânico, técnico em informática, médico, dentista, professor, motorista, cientista, etc, trabalharia "de graça" e em troca teria acesso a muitas outras coisas que hoje são necessárias através do dinheiro.

Temos tecnologia hoje para fazermos metrô, trem bala, duplicar ou triplicar rodovias, construir navios, alimentar toda população e viver de forma confortável e sustentável. Poderíamos ir de Campos ao Rio em 1 hora ou menos por metrô. Seria mais rápido e muito mais seguro. Não precisaríamos correr riscos nas estradas, perder tempo em engarrafamentos, confusões de trânsito, etc. Poderíamos viajar muito mais e adquirir muito mais cultura visitando outros lugares. Tudo isso a custo zero.

Uma das minhas dúvidas era: como fazer para que o trabalhador se sinta motivado se ele não vai ter salário? A resposta é mais simples do se possa imaginar: Precisamos de dinheiro para comprar remédios, alimentos, roupas, e gastar com lazer da maneira que bem entendemos. Se tivermos acesso a tudo isso (coisa que a grande maioria da população não tem) trabalharemos motivados. Hoje temos vários profissionais com Ensino Superior desempregados. Seja porque os empresários não querem contratar para economizar, por "N" razões (gastos com impostos e direitos trabalhistas ou por questão de lucro), ou também porque o governo não consegue abarcar a quantidade de profissionais que se forma hoje no mercado. Com o fim dos impostos e o dinheiro, todos trabalhariam e ajudariam na sociedade de forma geral. Em troca teriam conforto, lazer, alimento e roupa. Um exemplo burguês seria: Todas as casas poderiam ter ar condicionado 24 horas nesse calor infernal que tem feito. Exatamente como as casas nos Estados Unidos. Existe tecnologia para ar condicionado, certo? Existe um monte de gente parada, certo? Chamem essas pessoas para trabalhar e se qualificar.

Segue mais um exemplo: O cozinheiro trabalha 5 horas por dia no restaurante. Faz comida para todos que estão com fome e lá querem comer. Em troca ele ganha atendimento médico gratuito, odontológico, direito a ir em qualquer loja num shopping e pegar a roupa que ele precisar, ir a algum bar ou restaurante e também consumir o quanto quiser. Nas férias poderá viajar a qualquer cidade que lhe seja agradável. Poderá se hospedar onde quiser. A pergunta é: esse profissional será ou não mais motivado do que no atual sistema em que trabalha 8 horas por dia, 5 vezes por semana, é explorado e não tem acesso a todo conforto que gostaria?

As pessoas não precisarão trabalhar tanto quanto hoje. E terá espaço para todos contribuirem com seu conhecimento. Mais universidade e escolas poderão ser criadas. Mais chances das pessoas estudarem. Mais médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos nos hospitais. A burocracia não existiria mais. Alguns empregos seriam extintos. Outros seriam criados. As máquinas através do avanço da ciência e tecnologia assumiram muitas coisas. Não teriam mais garis por exemplo. Carros limpariam nossas ruas. Teria muito mais educação e cultura. A sociedade não sofreria com os entraves das dificuldades do capital, como o hospital que teve a luz cortada porque a prefeitura não pagou ou a rua que está esburacada porque não tem verba para refazer o asfalto, ou as rodovias que matam centenas porque não têm verba para serem duplicadas. Ou as pessoas que morrem porque não conseguiram atendimento pelo SUS.

Não sei quando as pessoas vão acordar para isso e como mudar tudo isso em que vivemos. Talvez nem haja mesmo uma forma de mudar. Talvez as coisas fiquem piores do que já estão. Esse sistema talvez tenha falhas, assim como o atual em que vivemos, mas cabe a todos nós começarmos a pensar em algo diferente. E apesar de tudo, uma coisa é certa: enquanto vivermos em busca do lucro a qualquer custo, do sonho burguês individual, da competição acirrada e de toda ganância, inveja e mesquinharia que são produtos do capitalismo, estaremos completamente fodidos. Enquanto reproduzirmos esse discurso capitalista que vemos ser repetido diversas vezes na televisão e na mídia ou pelos políticos e seus partidos caminharemos ainda por muito tempo na lama como marionetes das marionetes.