terça-feira, 13 de outubro de 2009

Questões socias e rumos da sociedade

Estava lendo agora um artigo chamado "Lutas antigas insistem em novos rumos para a sociedade" (pg. 10-11) do Conselho Federal de Psicologia, e estava me indagando por quê é tão difícil das coisas mudarem no Brasil. Falo daqui porque é onde estou e onde posso acompanhar de perto as coisas que ocorrem. Educação, Justiça, Cultura, Saúde, Sociedade... será que são coisas tão difíceis de serem transformadas? Os problemas sociais de violência, pobreza, miséria, a falta de preparo de professores, pedagogos, psicólogos, assistentes sociais, gestores, vereadores, prefeitos, governadores, dentre outros, reflete a falta de organização ou desestrutura de todas as instituições sociais.

Temos a má vontade dos gestores municipais, estaduais e federais. Não há verba para nada. Tudo demanda muito investimento e é dito que não há recurso. Muito dinheiro é desviado, roubado ou mal investido. Vivemos na fantasia da sociedade livre e democrática. A formação dos professores é decadente. Alguns afirmam em plena sala de aula que nem gostam de ler. A educação não funciona. Não temos incentivo a cultura. No máximo um show aqui e outro ali numa praça. As peças de teatro são caras. Ler é chato.

A televisão aberta anda para trás. Novelas e programas de auditório embriagam o povo de alienação. O sonho das meninas é engravidar e sair de casa o quanto antes, para ter "liberdade". Os postos de saúde não tem remédios, médicos qualificados, equipe multiprofissional de saúde. O SUS paga mal e assim gera mal atendimento, faltas, etc. Os hospitais estão lotados. Os profissionais são mal preparados. Os médicos receitam sem nem saber o nome do paciente ou olhar no seu rosto.

O transporte público é ruim. Os presídios não tem estrutura de "reeducação" ou "resocialização" dos internos. Os manicômios continuam como chiqueiros humanos e isso é normal. A cidade cresce e a violência também. Toda eleição temos promessas que nossa cidade, nosso estado e o país vão melhorar. Todos acreditam, todos votam.

Teremos Olimpíadas e Copa do Mundo. Pra isso temos dinheiro. Não temos incentivo ao esporte, mas temos grana pra bancar eventos como estes. Temos crianças nas ruas, trabalho infantil, desemprego, doenças, sintomas psicossomáticos, medicalização da vida.

O Estado investe na repressão ao crime, mas não consegue pensar em como evitar que crianças e adolescentes caiam na criminalidade. Não consegue pensar em escolas, creches e programas sociais com esporte, educação, lazer e saúde para as famílias das comunidades pobres. Não consegue pensar em oficinas para formação de mão de obra qualificada. Não consegue gerar empregos. Mas o mercado imobiliário cresce, as faculdades particulares também. A economia dos ricos vai bem. Fala-se em empreendedorismo, liderança e que o pobre é preguiçoso. Compra-se carros blindados, cercas elétricas, grades, "insulfim", serviços de vigilância, alarmes e micro chips.

Se o Estado, assim como seus gestores e o serviço público fossem sérios, as questões sociais seriam bem menos graves. Juntando o ideal capitalista, do lucro a qualquer preço, os programas de televião das Tvs abertas, a religião que se mete em tudo quanto é segmento da sociedade, e nosso jeitinho brasileiro de fazer política temos o país do jeito que está e caminhando a passsos largos pra algo bem pior.

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