terça-feira, 6 de outubro de 2009

Empregabilidade e cursos de nada

Cada vez me convenço da grande farsa ou pilantragem quando o assunto é mercado de trabalho, empregabilidade, empreendedorismo, liderança, etc. As pessoas estão sempre repetindo esses discursos e se você está desempregado é porque precisa se qualificar mais. O que parece é que esta qualificação não tem fim. O problema da falta de emprego é deslocado para as pessoas, vira um problema pessoal, individual e não da estrutura econômica ou social. O trabalho é colocado no lugar do sonho de consumo, a coisa mais pazerosa que temos e deve ser visto dessa forma pelos empregadores. E ao invés de alguém questionar isso, simplesmente vestem a camisa da empresa e vão pra entrevista de trabalho com o textinho decorado dizendo-se workaholics, que não aguentam ficar em casa no final de semana, porque sentem que precisam fazer algo, produzir alguma coisa, trabalhar.

Voltando ontem pra casa, ouvindo DRI no carro, reparei na letra:

I stayed at home today
And I'm not going back to work
Money Stinks... Money Stinks


Quanto aos "cursos de nada" oferecidos por instituições, empresas e pós-graduações da vida, servem única e exclusivamente pra fazerem você de otário. Sempre que faço um curso assim ou assisto a uma aula, faço uma auto-avaliação pra saber se aquilo mudou alguma coisa em mim. Como eu era antes e depois do curso. Mas a pilantragem rola solta. E o pior é que tem gente que paga por ela. Coloca no currículo para dar aquela engordada. Tem profissional cara de pau que se candidata para ministrar cursos, dar aulas, etc. Tem professor que nem gosta de ler. E o mercado de trabalho diz, você precisa se atualizar! Não adianta só (só??) ter aquela faculdade de 5 anos. É preciso ter uma especialização! Se não conseguir nada é porque precisa falar mais de 3 idiomas hoje em dia. Ah, e o Mestrado também já passou da hora, não é? E por aí vai...

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