sábado, 14 de fevereiro de 2009

Propaganda do MEC do ProUni

Há algum tempo venho querendo comentar esta propaganda do MEC sobre o ProUni que vem sendo veiculada na TV aberta.



A propaganda apela para a oportunidade que foi dada a uma estudante pobre de cursar medicina numa faculdade. Parece até bonita a atitude caridosa do governo, se não soubessemos como realmente as coisas funcionam. Como tudo passa despercebido aos olhos da grande massa. E já nem falo da massa que não teve oportunidade de cursar o ensino superior, porque estes também não se diferenciam muito criticamente dos que pararam no ensino médio. Não é de hoje que ensino superior ou universidade não tem mais nada a ver com ser crítico ou alguém capaz de pensar além dos problemas aparentes. Ter diplomas ou títulos nada mais é que ser um especialista numa determinada questão técnica de sua área.

A universidade que esta menina vai cursar é uma universidade paga. Algumas bolsas do ProUni são integrais, outras não. Essas vagas são compradas pelo governo, pois segundo eles, sai mais barato para o governo colocar alunos em universidades particulares do que fazer novas universidades públicas.

A universidade sempre se apoiou no tripé ensino-pesquisa-extensão até o governo FHC liberar a abertura de várias universidades privadas que não priorizavam este tripé limitando-se apenas ao ensino. Esta "liberação" seguiu os ditames da política neoliberal e do FMI, incentivando as empresas a investirem na área educacional e gerando enormes lucros, fazendo assim, movimentar a economia do país.

A questão é que estas escolas de ensino superior foram abertas e funcionaram e funcionam de forma duvidosa do mesmo jeito. Sem compromisso com a formação de qualidade, crítica e sem pesquisa. O objetivo que nunca foi escondido, sempre foi ensino-aprendizagem.

O governo não se preocupou com a estrutura dessas universidades. Apenas com a economia, com os grandes empresários e como gerar bastante lucro para os ricos. Os cursos ficaram lotados e muita gente se formou, caindo no mercado de trabalho e não tendo como o mercado absorver todos estes profissionais. Outra mancada do governo que não preparou o mercado para isso.

Além das questões econômicas, sociais, a questão cultural e educacional caminham cada vez mais a passos largos para o fundo do poço. O ensino está cada vez pior. O MEC cada vez mais contribui para isso. O governo Lula, assim como anteriores, está mais interessado em números, em quantidade, em quantas pessoas com ensino superior nós temos ou quanto podemos aumentar ainda. Cria-se ensino à distância, salas de aula virtuais, e assim demite-se mais professores. E tudo isso passa batido.

O vídeo abaixo do filósofo Paulo Ghiraldelli expõe bem este fracasso do MEC. Uma das medidas do governo foi avaliar a lambança toda através do ENADE, ou o Provão, como era chamado no governo FHC, para livrar da responsabilidade o governo. Jogar a responsabilidade no estudante por não ter ido bem. Realmente seria muito interessante se o governo criasse ou a população sugerisse de 6 em 6 meses um provão para os vereadores dos nossos municípios, para os Prefeitos, Governadores e Presidente.

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