Acabei de ler uma matéria interessante sobre o patrocínio efetivo dos fãs em shows no Rio de Janeiro. A bronca é que alguns shows que acontecem em São Paulo acabam não vindo para o Rio por causa da falta de patrocínio ou interesse dos empresários deste meio. Todos sabemos que Campos fica muito atrás do que nossos vizinhos da Região dos Lagos quando o assunto é show e espaço para o Rock e o Metal. A cada nova geração do underground, novos organizadores amadores de eventos surgem. Amadores porque geralmente são pessoas que ainda estão no Ensino Médio ou no início da Faculdade e logo que arrumam um emprego, estágio ou passam em um vestibular largam a empreitada de organizar shows undergrounds na cidade. Show estes que dão muito trabalho para organizar e praticamente nenhum retorno financeiro, isso porque as pessoas tem preguiça de sair de casa, não prestigiam as bandas, não conseguem patrocínio ou estão de saco cheio de ver as mesmas bandas, o mesmo som ruim, etc.
Campos realmente não é circuito underground de nenhuma banda. Talvez pela falta de organização, falta de interesse dos próprios músicos e some-se a isso uma certa história de boicote por conta de uma ex-dona de casa de eventos que vem sendo comentada dia-a-dia na comunidade Campos Rock no Orkut. O Blues e o Classic Rock tem de fato lugar garantido no Lord Pub e eventualmente no Arpex e Bavieira com as bandas Vibratto, Blues Band Vidro e Betinho Assad Power Trio. De fato não é o local frequentado pelo mesmo público do Parada 28 ou de shows nas quadras da Mocidade Louca/Psicodélicos. Porém, mesmo o Rock e o Blues tendo cadeira cativa nestes locais, a falta de bandas de fora para diversificar o repertório é grande. Temos sempre as mesmas bandas e praticamente os mesmos repertórios.
O que vem sendo feito no Rio é um grupo de amigos ratearem os custos do evento. O exemplo dado na matéria era um grupo de 20 amigos contribuindo com 100 reais cada um para um show/uma festa totalizando R$ 2.000,00. Desta forma o custo do evento estaria pago e garantido, assim como o cachê das bandas. Destes 20 amigos que contribuiram com 100 reais cada um, estes teriam o direito a levar mais 3, 4 ou 5 pessoas, dependendo de quanto seria estipulado o preço do ingresso para o evento. Na verdade você poderia vender uns ingressos para abater no investimento que fez. Com R$ 2.000,00 acredito eu que seja o suficiente para alugar um local, trazer uma banda de fora e colocar um som legal. E se a idea não for trazer nenhuma banda de fora, mas com bandas daqui seria mais fácil ainda. E se a ideia for fazer uma festa com cerveja liberada, comida e bandas se revezando, fazendos jams, melhor ainda. O importante é garantir que o evento aconteça, sem se estressar com apoio de prefeitura, patrocínios furados e chances do evento em cima da hora dar errado porque não conseguiram vender nenhum ingresso antecipadamente.
Não sei se isso já é feito em Campos porque não tenho acompanhado estes eventos, mas se não for fica a ideia. E óbvio que mesmo com o evento já garantido desde o início o que for conseguido de patrocínio é lucro e muito bem vindo.
Um comentário:
Realmente, se for esperar por patrocínios para realizar eventos alternativos em Campos, teremos um, dois no ano e olhe lá.
A iniciativa tem que vir de dentro. Depois que virar sucesso, ai vai ter gente querendo apoiar. É onde entrará a facada!
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